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Sweet Home Chicago - Não está no Gibi

Olá meu nome é Marcos Duprá, sou professor e editor de cursos da Primeiros Acordes, hoje no nosso programa “Não está no gibi”, nós vamos falar sobre a música Sweet home Chicago de Robert Johnson.

Eu adoro falar sobre blues é um estilo musical que eu amo de paixão, e eu vou começar tocando uma versão que eu fiz da canção.

Eu lembro que a primeira vez que ouvi blues foi num programa de rádio da 97 aqui em São Paulo, era uma rádio de rock, mas tinha programa de blues a meia-noite, isso lá nos idos dos anos 80.

Robert Johnson foi um blueseiro nascido no Mississipi numa cidade bem pequenininha. Ninguém tem muita certeza da data de nascimento dele, porque na roça, nessa época, se nascia e só se tirava a certidão de nascimento muito tempo depois, portanto nem o pai e a mãe lembravam a data exata é de nascimento.

A gravação da música Sweet home Chicago é de 1937. Robert Johnson gravou apenas 29 músicas e morreu muito jovem. Ele fez essa gravação de uma tacada, ou seja praticamente ao vivo, eram estúdios pequenos com um microfone, você tocava e a gravação estava pronta, na realidade não eram nem estúdios era armazéns, barracões, ou qualquer outro espaço. Essas gravações fazem parte do que se chamava Race Records. Os Estados Unidos sempre foram um país, pelo menos no começo do século 19 e 20, extremamente segregacionista, então branco de um lado, negro do outro. Você tinha os discos e rádios voltados para o público branco e os discos voltados para o público negro, chamados de Race Records. Diferente do Brasil onde temos a cultura da miscigenação, o sul dos Estados Unidos isso não era permitido.

O blues do delta do Mississipi, nasce nas plantações de algodão. Com o crescimento das grandes cidades, nas décadas de 10, 20, e 30 os bluesmen começam a sair desses locais e viajar é pelo Delta do Mississipi tocando. Isso é uma forma do cara sair do trabalho pesado da plantação de algodão e tentar viver de música que era uma coisa bem mais bacana.

Eles tocavam normalmente em bares, que é uma forma bonita de se chamar, pois eram barracões onde os negros faziam suas festas e os bluseiros tocavam. Para fazer esse deslocamento eles entravam em trens escondidos para poder viajar para as outras cidades, por isso tem toda uma mística associada entre o Blues e os trens.

Robert Johnson é um negão estiloso, sempre com uma roupa beca impecável, chapeuzinho panamá devia pegar muita mulherada. Ele influenciou todos os artistas que você imaginar, Eric Clapton, Led Zeppellin, White Stripes, toda a galera inglesa dos anos 60.

A forma como ele toca e canta o blues já se parece mais com o blues atual, quase com uma vontade de tocar uma uma guitarra elétrica. É diferente da geração anterior, por exemplo, de um Blind Lemon Jefferson que é um blues mais rural, a sua forma de tocar e cantar o blues é mais urbana.

A letra de Sweet Home Chicago é um padrão típico baseada em uma frase se repete, por exemplo:

Oh, baby don't you want to go?
Oh, baby don't you want to go?

Porque a letra era composta nesse formato?

Porque quando o blues surge nem rádio existia, então o cara tocava a canção e pensava como é que o público iria aprender a letra? Uma forma de se fazer isso é se repetir as frases. No Brasil, vemos isso muito no partido alto. Então temos uma pergunta, depois uma resposta e finalmente a frase de resolução que tem a ver com as frases anteriores:

Oh, baby don't you want to go?
Oh, baby don't you want to go?

Back to the land of California
To my sweet home Chicago

A letra fala basicamente de um malandro sem vergonha, que é o Robert Johnson, tentando convencer uma mulher a ir com ele para Chicago, um belo de um xaveco.

A estrutura da canção é o blues típico com 12 compassos e turnaround. O violão que ele utiliza é um Gibson L1.

A tonalidade é F# e se utiliza um capotraste na segunda casa. Robert Johnson usava muitas afinações, mas nessa canção ele usa uma afinação tradicional.

Basicamente sua técnica é o uso da dedeira e do indicador, uma forma muito comum de se tocar o blues do Delta.

Dicas de Livros e Filmes

Poderia ficar aqui por dias falando sobre livros de Blues, mas como temos que falar apenas alguns, recomendo o livro “Blues da lama á fama” ele conta a história dos primórdios do blues, os artistas que começaram a história toda, até os grandes nomes e festivais, além de falar sobre o blues brasileiro.

Outra dica legal é o livro “Blues” de Robert Crumb, um cartunista underground que influenciou gente como o Angeli, fez capas de discos da Janis Joplin entre outras coisas. Nesse livro ele conta em quadrinhos a história de Charlie Patton e Robert Johnson.

Você se lembra do ator do filme Karate Kid, que você deve ter assistido um milhão de vezes na sessão da tarde?

Ele fez um filme como ator principal que se chama Crossroads, aqui no Brasil saiu como “A encruzilhada”.  Fala um pouquinho da história e a mística de Robert Johnson. Aliás tem várias lendas sobre Robert Johnson, que ele fez um pacto com o diabo, que existia uma 30ª música entre outras. A trilha sonora é organizada pelo Ry Cooder que também fez as trilhas para filmes como Paris Texas e Buena Vista Social Club. A grande apoteose é o final do filme quando aparece o Steve Vai e faz um duelo com o ator principal.

Outra sugestão legal é o filme Blues Brothers que saiu no Brasil com o nome de “Irmãos cara de pau” é uma comédia em formato pastelão com muitas fugas e correrias típicas do gênero. Mas o brilho do filme está nas participações de mestres como: Aretha Franklin, James Brown, Ray Charles, John Lee Hooker.

Dicas de viagens

Chicago é uma das maiores cidades dos Estados Unidos. Mas como isso aconteceu?

No século 19, quando houve a abolição dos Estados Unidos, e teve uma guerra traumática para isso, os negros que estavam no sul, que era extremamente racista e tinha inclusive leis absurdas como “Jim Crown”, começam a migrar para o norte onde os negros americanos tinham mais opções de trabalho e oportunidades. Inclusive o jornalista e ativista negro Robert Sengstacke Abbott, fundador do Chicago Defender, promovia em seus artigos que os negros viessem do sul para Chicago.

Uma dica em Chicago para quem quer se familiarizar um pouquinho mais com o blues, é um bar muito tradicional chamado Kingston Mines, do tipo que eu gosto bem largado. Quem prefere algo mais elegante tem o Buddy Guy's Legends

Uma dica para quem como eu tem menos grana, é Ilha Comprida que tem um festival de blues em julho chamado Ilha Blues, e vem nomes lá de fora e bandas de blues brasileiro e é gratuito. Ilha Comprida é basicamente formado por reservas naturais portanto as pessoas não podem sujar o mar, muitas praias bacanas.

Dicas de Culinária

Uma receita tipicamente sulista além do Mississippi é o Corn Dogs, é bem fácil não tem nenhum segredo.

Ingredientes

1 ½ xícara de chá de Farinha de milho amarela em flocos

½ xícara de chá de Farinha de Trigo

1 Ovo

½ xícara de chá de Leite

¼ xícara de chá de Açúcar

½ colher de sopa de Fermento em pó

½ embalagem de Salsicha Hot Dog

Para fritar:

2 xícaras de chá de Óleo de Soja Refinado

Modo de Preparo

  1. Numa vasilha coloque as farinhas, o ovo, o leite e o açúcar. Misture, acrescente o fermento e mexa para obter uma massa bem firme.
  2. Utilize papel-absorvente para secar bem as salsichas, uma a uma, e reserve-as.
  3. Unte levemente as mãos com um pouco de óleo e envolva cada salsicha em uma porção da massa, fazendo uma leve pressão para que não se solte durante a fritura.
  4. Espete um palito de madeira na extremidade de cada salsicha e frite os corn dogs no óleo quente. Escorra-os em papel absorvente e sirva em seguida.

TOQUE ESPECIAL

Antes de espetar as salsichas, deixe os palitos de molho em água por 1 minuto.